A Tristeza de Não Ser Quem Se É

 

Antes de tudo, você é.
Depois… vieram os papéis.

E alguns desses papéis colaram tanto, foram tão absorvidos… que você esqueceu o rosto.

Você já se pegou cansado sem motivo aparente?
Saturado por dentro, mesmo quando tudo parece normal por fora?
Talvez o cansaço não venha do que você faz…
mas de quem você precisa fingir ser todos os dias.

Porque o que mais exaure não é o trabalho, nem a rotina, nem os desafios da vida real.
O que mais dói… é atuar para sustentar uma versão sua que não o representa mais.

E essa dor tem nome:
máscara.

A máscara é tudo aquilo que você não é, mas acredita que precisa ser…

Para ser amado.
Para ser aceito.
Para caber em algum lugar.

Mas toda máscara cansa…
Porque ela exige esforço contínuo!
Ela não respira sozinha.
Você tem que sustentá-la com pensamentos, justificativas, medos, comparações.
E chega uma hora… em que o corpo grita:
“Cansei de representar!”

Há três tipos comuns de máscaras — e todas nos infelicitam:

  1. As Verdades Emprestadas

Ideias que você nunca questionou, mas repete.
Verdades de família, de religião, de cultura, de grupo…
Você as veste porque parecem corretas — mas por dentro, algo não vibra.

  1. As Metas que Não Fazem Mais Sentido

Objetivos que foram importantes… um dia.
Mas que hoje servem só para justificar o sacrifício.
Você insiste neles por lealdade ao passado — não por Amor ao presente.

  1. As Identidades Sustentadas pelo Ego

O forte. O sábio. O espiritual. O produtivo. O equilibrado…
Você veste o rótulo e o defende com unhas e dentes.
Mas, às vezes, tudo o que queria era poder dizer:

“Hoje, não sou nada disso. Hoje, só quero respirar…!”

O sofrimento profundo nasce quando o ser interior não aguenta mais atuar…
mas o ego ainda quer aplausos.

A cura começa na rendição.
Rendição a quê?
À verdade mais simples:
você não precisa ser o que esperam…
Você só precisa ser o que pulsa em você — hoje!

E isso pode mudar.
Aliás, deve!
Você não é uma estátua.
É um ser em transformação.
É um Espírito em dança com o tempo.

Você é anterior a qualquer rótulo!
Mais vasto do que qualquer nome!
Mais livre do que qualquer função
!

Quando as máscaras caem, algo em nós se desespera – mas outra parte… respira aliviada…
E com o tempo, essa parte começa a crescer.
E quando ela cresce, a alegria volta!
Não uma alegria ruidosa – mas uma paz silenciosa de quem está inteiro…

 

Prática da Verdade

Hoje, feche os olhos e se pergunte:
“O que em mim está cansado de fingir?”

Escreva a resposta. Sem filtros.
Depois pergunte:

“Quem eu seria se não precisasse provar nada?”

E então… viva um instante como esse alguém…

……………..

A máscara pode proteger por um tempo.
Mas só a verdade sustenta o ser inteiro… sem esforço!

 

Maurício Silva


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